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Mostrando postagens de 2016

“Off The Wall”(Epic,1979), Michael Jackson

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Off The Wall não representou apenas um álbum de grande sucesso comercial para  Michael Jackson, mas também a sua independência artística e a consolidação da sua chegada à vida adulta. O disco é acima de tudo, a sua “carta de alforria”. Mas para poder entender todo esse simbolismo, é preciso voltar no tempo, a 1975. Naquele ano, a insatisfação da família Jackson com a Motown Records era enorme. Os Jackson Five não tinham liberdade de criação. Gravavam o que era imposto pela Motown, comandada à mão de ferro por Berry Gordy Jr. Alguns astros do seus cast como Marvin Gaye, Stevie Wonder e Diana Ross, conquistaram a tão sonhada liberdade criativa a muito custo. Gaye gravou What’s Going On , de 1971, meio que a contra gosto da Motown, já que a gravadora não estava nada satisfeita com temáticas sociais e existencialistas do disco, preferia algo mais trivial, menos “cabeça”. Stevie Wonder conseguiu sua independência criativa após uma sequência extraordinária de álbuns que foram su

“Realce” (Warner, 1979), Gilberto Gil

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Com Realce , Gilberto Gil fechou a trilogia “RE”, iniciada com o álbum Refazenda (1975), e seguido por Refavela (1977). Porém, entre Refavela e Realce , Gil mudou de gravadora, trocou a Philips pela Warner, que havia se instalado no Brasil em 1977. André Midani, ex-presidente da Philips/Phonogram e responsável pela instalação da Warner no país, havia convidado Gil para migrar para a nova gravadora. Estreando na Warner em 1978, Gil lançou naquele ano o álbum duplo “Ao Vivo em Montreaux”, gravado no Festival de Montreaux, na Suíça. No mesmo ano, por incentivo de Sérgio Mendes e aposta da Warner, Gil gravou em Los Angeles, nos Estados Unidos, o álbum Nightingale , destinado apenas ao mercado norte-americano. Por volta de março de 1979, Gil e banda partiram para uma turnê pelos Estados Unidos para divulgar Nightingale. Porém, o álbum não teve repercussão esperada. Mas, repercussão mesmo teve aqui no Brasil foi o compacto que ele lançou enquanto estava em turnê pelos Estados

"Help!"(Parlophone,1965),The Beatles

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Em 6 de agosto de 1965, Help!, o quinto álbum de carreira dos Beatles, chegava às lojas. O disco trazia no seu lado A, sete canções que fizeram parte da trilha sonora do filme homônimo, rodado no começo de 1965 com cenas filmadas nas Bahamas e nos Alpes suíços. Help , o filme, era o segundo dos “fab four” (o primeiro foi A Hard Day’s Night , de 1964) dirigido por Richard Lester (diretor do primeiro) e foi muito inspirado nos filmes de 007. O filme Help serviria de inspiração para o nosso Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (1967), filme dirigido por Roberto Farias e estrelado por Roberto Carlos. Considero Help! um álbum de transição dos Beatles. Ele encerra a fase “iê-iê-iê” dos Beatles e dá início ao processo de transformação criativa deles. As faixas “Help!” e "You've Got to Hide Your Love Away" compostas por John Lennon, mostram já os primeiros sinais de maturidade nas letras dos Beatles e se nota forte influência de Bob Dylan, buscando um enfoque mais

“Falso Brilhante” (Philips/Phonogram, 1976), Elis Regina

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Em dezembro de 1975, Elis Regina (1945-1982), estreava no Teatro Bandeirantes, em São Paulo, o espetáculo “Falso Brilhante”. Com direção de Míriam Muniz, o espetáculo contava um pouco da trajetória de Elis, desde o começo, ainda criança cantando em programas de rádio em Porto Alegre até o estrelato como cantora, no Sudeste do país, na juventude. Combinando música, teatro e circo, o espetáculo ficou em cartaz por mais seis meses em São Paulo, onde foi sucesso de público e de crítica. Toda a narrativa era contada de maneira muito lúdica. O repertório do espetáculo era um misto de canções folclóricas com e músicas de compositores consagrados. Elis cantava, representava, trocava de figurino. Na banda, todos os músicos se fantasiavam, representavam um personagem. Seu então marido, o tecladista César Camargo Mariano, era o “Palhaço”; Natan Marques (guitarra rítmica) era o “Espantalho”; Crispim Del Cistia (guitarra solo) era o Super Crispim; Wilson Gomes (baixista) era “Drácula”; e R

"Boston" (Epic, 1976), Boston

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O álbum de estreia da banda norte-americana Boston é um exemplo de que talento, qualidade técnica e apelo comercial podem conviver juntos, legitimando assim o sucesso de uma obra.  Boston , o álbum, foi um dos maiores fenômenos em vendagens de discos da indústria fonográfica nos anos 1970. Lançado em 25 de agosto de 1976, o álbum atingiu recordes de vendas, catapultando uma banda do extremo anonimato para o estrelato mundial num espaço de poucos meses. Boa parte dessa proeza se deve ao talento, à inventividade, perseverança e ao espírito inquieto do multi-instrumentista Tom Scholz. Quando criança, Tom estudou piano clássico, mas gostava de montar e projetar coisas como por exemplo, aeromodelos. Ainda muito jovem, graduou-se e fez mestrado em Engenharia Mecânica pela MIT (Massachusetts Institute os Technology) aos 23 anos em 1970. Diplomado, foi trabalhar na Polaroid Corporation. Trabalhando de dia, à noite dedicava o seu tempo à música, compondo e tocando em bandas do