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Mostrando postagens de maio, 2017

“Banda dos Contentes” (Polydor, 1976), Erasmo Carlos

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Na primeira metade dos anos 1970, Erasmo Carlos vivia uma plena transformação na sua carreira artística. Havia se desvencilhado da imagem de pop star da Jovem Guarda e se transformado num artista mais maduro e buscando novos horizontes. Para tanto, procurou ampliar o seu arco de referências musicais, flertando com o samba, com a soul music e a MPB, sem com isso abandonar o rock. Nessa nova fase, além da parceria com o “amigo-irmão” Roberto Carlos, Erasmo gravou canções de gente do alto escalão da MPB como Caetano Veloso, Jorge Ben, Marcos Valle, Taiguara entre outros. Toda essa bagagem resultou na sequência dos melhores álbuns da sua carreira como Carlos, Erasmo… (1971), Sonhos e Memórias – 1942-1972 (1972), 1990 – Projeto Salva Terra (1974) e Banda dos Contentes (1976), álbuns que tornaram Erasmo um artista respeitado pela crítica. Desse quarteto de álbuns, o mais bem sucedido foi Banda dos Contentes. Se os álbuns anteriores agradaram a crítica, Banda dos Contentes não

Guilherme Arantes (Som Livre, 1976), Guilherme Arantes

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Em 1975, a banda paulista de rock progressivo Moto Perpétuo já tinha um álbum no currículo, mas nenhuma fama. O então tecladista e vocalista da banda, Guilherme Arantes, acreditava que se o grupo quisesse alcançar um público maior e almejar voos mais altos, seria necessário se apresentar em programas populares da TV como o de Sílvio Santos e o de Chacrinha. Os outros integrantes da banda discordavam, achavam que era “se vender”, abrir mão da qualidade, descer de nível. O tecladista então deixa a banda e decide seguir em carreira solo. Logo conseguiu um contrato com a gravadora Som Livre, e lançou o compacto (single) com a canção “Meu Mundo E Nada Mais”, no começo de 1976. A canção foi incluída na trilha sonora da primeira versão da novela “Anjo Mau”, da Globo, e isso catapultou Guilherme Arantes para o estrelato aos 23 anos de idade. Puxado pelo sucesso da música, ainda em 1976, o seu primeiro álbum e que leva o seu nome, foi lançado. Guilherme Arantes , o álbum, é um dos me

"Are You Experienced" (Track Records, 1967), The Jimi Hendrix Experience

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James Marshall Hendrix (1942-1970) foi um dos mais fantásticos e criativos músicos do século XX.  Assim como Picasso ou Charles Chaplin, Hendrix foi como um desses artistas que devido à carga de inovações que trouxeram na bagagem, pareciam ser de outro planeta, um extraterrestre da arte. Com sua guitarra elétrica, Hendrix fez a ponte entre o som do velho blues dos "pretos velhos" norte-americanos com a psicodelia louca e transgressora que tomou conta de corações e mentes no final dos anos 1960. Jimi Hendrix (à esquerda) no Jimmy James And Blue Flames. Nascido em Seattle, estado de Washington, na costa oeste dos Estados Unidos, Jimi Hendrix iniciou a carreira artística em 1963, após sua passagem como paraquedista no exército norte-americano. A partir daquele ano, o guitarrista começou acompanhando artistas consagrados como os Isley Brothers, B.B.King, Sam Cooke, Jackie Wilson, Little Richards entre outros. Em 1966, cansado de ser músico de apoio dos outros, formo

10 discos essenciais: new wave brasileira

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A new wave era uma espécie de versão mais “palatável” e “domesticada” do punk rock. Punk e new wave tinham em comum a simplicidade, a prática de músicas curtas e urgentes. Porém, a new wave se permitia flertar com outras vertentes musicais como a disco music, reggae, soul, música eletrônica, dando a ela uma vocação pop, comercial e festiva, diferente da sisudez e do radicalismo do punk.  O termo "new wave foi criado pelos executivos de gravadoras nos anos 1970 para poder enquadrar aqueles artistas e bandas oriundos da cena punk, mas que faziam uma linha menos “selvagem”.  E foi aí que bandas e artistas ingleses e americanos, outrora alternativos como Blondie, Cars, B-52’s, Elvis Costello, The Police entre outros, conquistaram o gosto do grande público e começaram a empilhar discos de ouro e platina, caindo assim nas graças do mainstream.  No Brasil, a new wave aportou no começo dos anos 1980, e ao lado do punk rock, foi responsável por revigorar e impulsionar o rock