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Mostrando postagens de junho, 2017

“Cartola”(Discos Marcus Pereira,1976), Cartola

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Cazuza (1958-1990) dizia que não gostava do seu nome, Agenor, talvez por acha-lo feio, cafona. Mas logo mudou de ideia quando descobriu que um dos seus maiores ídolos, Cartola, também se chamava Agenor. No entanto, curiosamente, o grande sambista foi registrado com um erro gráfico, Angenor de Oliveira, um “n” num lugar em que não deveria existir. Por incrível que pareça, Cartola só teria descoberto o erro em 1964, já na vida adulta, no cartório, quando preparava a papelada para casar-se oficialmente com Eusébia Silva do Nascimento, mais conhecida como dona Zica, sua segunda mulher. Mais velho de oito irmãos numa família muito pobre, Cartola nasceu em 1908, no bairro do Catete, Rio de Janeiro. Após morar algum tempo no bairro das Laranjeiras, aos nove anos, Cartola mudou-se com sua família para o morro da Mangueira. Foi lá, ainda criança, que Cartola conheceu Carlos Cachaça, um garoto um pouco mais velho do que ele que se tornaria amigo pra vida toda e um dos seus maiores parce

“Parallel Lines”(Chrysalis, 1978), Blondie

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Formada em 1974, em Nova York, a banda Blondie fez parte da cena alternativa nova-iorquina da qual fizeram parte também Ramones, Patti Smith, Television, Talking Heads e mais outros artistas. Todos eles incendiavam o clube CBGB’s, um pardieiro que ficava em Nova York, onde deram régua e compasso para o surgimento do punk rock e a new wave. De todos esses artistas da cena underground de Nova York de meados dos anos 1970, o Blondie foi o primeiro a alcançar sucesso comercial. A banda resgatava o rock ensolarado da surf music e o pop contagiante das girl groups dos anos 1960 combinados com referências de glam rock e power pop. Contando com o casal de namorados Deborah Harry (vocais) e Chris Stein (guitarra), mais Gary Valentine (baixo), Jimmy Destri (teclados) e Clem Burke(bateria), o Blondie lança em 1976 o seu primeiro e homônimo álbum através do selo Private Stock Records, que teve uma boa recepção da crítica e uma modesta vendagem no Reino Unido.  Blondie em 1975. Atrás:

“Legião Urbana”(EMI-Odeon, 1985), Legião Urbana

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Era 2 de janeiro de 1985. Aquele começo de ano era cercado de muita ansiedade pelo povo brasileiro. As atenções estavam voltadas para Brasília e Rio de Janeiro. Na capital federal, a expectativa estava na disputa entre Tancredo Neves e Paulo Maluf para se saber qual dos dois seria o primeiro presidente do Brasil após duas décadas de ditadura militar. No Rio, aconteceria o primeiro grande festival de rock de nível internacional no Brasil. Enquanto os olhos estavam voltados para esses dois grandes acontecimentos e que só ocorreriam na segunda semana do ano (Rock in Rio 11/01 e eleição indireta pra presidente em 15/01), naquele segundo dia do ano de 1985 chegava às lojas de todo o país, e sem tanto alarde, o primeiro álbum da Legião Urbana. Renato Russo na sua fase "trovador solitário". Mas até chegar ao primeiro álbum da Legião Urbana, é preciso voltar a 1982, ano que seria o divisor de águas na vida de Renato Russo. Naquele ano, a banda brasiliense de punk roc

“Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band”(Parlophone, 1967), The Beatles

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Agosto de 1966. Logo após lançarem o inovador Revolver , os Beatles iniciam uma turnê pelos Estados Unidos para a divulgação do novo álbum. Apesar de rentável e com plateias lotadas, essa turnê norte-americana seria desgastante e tumultuada para o quarteto inglês. A recente entrevista de John Lennon onde ele afirmava que supostamente os Beatles eram mais populares do que Jesus Cristo ainda repercutia. Em cada cidade que iam tocar, eram recebidos com protestos por cristãos conservadores, mas também por manifestações de apoio de beatlemaníacos. Nas entrevistas coletivas, o assunto polêmico persistia. Num show em Saint Louis, um rojão atirado ao palco por alguém mal intencionado, uma clara evidência de que se tratava de uma represália à banda por causa da frase de Lennon. Findada a estafante turnê, uma coisa ficou clara para os Beatles: a banda não mais faria shows ou turnês. O quarteto se mostrava cansado de todo daquele artificialismo da indústria pop, o excesso de exposição e